Metendo A Cabeca Na Areia

De tempos em tempos somos contemplados com oportunidades espetaculares de maus negócios. Rifas entre amigos, sociedade em restaurante com chefes famosos (eles nunca perdem dinheiro, afinal entram com o ‘’nome’’, mas ganham bem para isso), CDB de boi, avestruz em fazendas produtivas em Goias (alguém se lembra de avestruz máster, fazendas gallo, etc?) e faz algum tempo vinhos.

A premissa do investimento em fundos de vinhos mexe com os egos de qualquer um. Investimos alguns milhares de libras em quotas de vinhos diversos e seriamos donos dos vinhos que seriam estocados em Londres, Beijing, Hong Kong.

Podemos pegar os vinhos quando quisermos, podemos vende-los a qualquer momento (se houver comprador) e para termos o privilegio temos que pagar uma taxa ao fiel judiciário (o fundo, no caso).

Não sei o que você pensa disso, mas me lembro quando recebi ligação do avestruz máster. Não sei quem ganha com os fundos de vinhos que compram e estoquem meus vinhos, mas garanto que eu não ganho nessa.

Segundo o brilhante vendedor dotado do mais puro sotaque do Castelo de Windsor há vários brasileiros que fazem uso do serviço deles e que importam os vinhos dentro das quotas permitidas em volume. Ao retrucar que a maioria eram políticos que compravam vinho com meu dinheiro a resposta foi silencio espaço sideral.

Como já disse Einstein algumas vezes, essa turma de picareta sempre tem um sotaque cativante. Dos bêbados de churrascaria em Moema com sotaque da Mooca aos pseudo-italianos que posam de executivos internacionais, passando pelos ingleses de alguma boca de porco inglesa com sotaque Cockney.

Na mesma semana em que recebi a ligação do tal fundo a Economist publicou artigo sobre essa turma. Entre outros alarmes e bandeiras vermelhas temos o fato que os vinhos mais jovens da Borgonha hoje custam ou valem mais que os mais antigos. Assim como nos treasuries americanos, a curva esta invertida e indica algo anômalo.

Wine Funds, mas uma brincadeira saudável que serve a políticos e loucos de dinheiro fácil. Vai voce nessa que depois eu vou.