Oito pessoas são presas por adulterar leite no RS
Segundo as investigações, cinco empresas de transporte adicionavam água e ureia ao produto cru entregue para a indústria
08 de maio de 2013 | 9h 35
Elder Ogliari - O Estado de S. Paulo
* Atualizada às 20h56
PORTO ALEGRE - O Ministério Público do Rio Grande do Sul detectou um esquema de adulteração do leite, feito por transportadores, em três regiões do Estado. Oito pessoas foram presas na manhã desta quarta-feira, 8, pela Brigada Militar em Guaporé, Ibirubá e Horizontina suspeitas de participação na fraude. A operação, denominada "Leite Compen$ado", contou com apoio do Ministério da Agricultura e da Receita Federal.
Segundo o Ministério Público, cinco empresas de transporte de leite adulteravam o produto cru entregue para a indústria. Depois de recolher o leite nas propriedades rurais, eles adicionavam água para aumentar o volume e, para compensar a perda nutricional, acrescentavam ureia, produto que contém formol em sua composição e, por isso, é considerado cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde.
As empresas investigadas transportaram aproximadamente 100 milhões de litros de leite entre abril de 2012 e maio de 2013. "Ouso dizer que isso é mais grave que o tráfico de drogas, pois o traficante vende para quem quer comprar o tóxico enquanto na adulteração do leite o produto é entregue ao consumidor, que não tem nenhum conhecimento prévio sobre a situação desse produto", comparou o promotor de Justiça da Especializada Criminal de Porto Alegre Mauro Rockembach.
Mesmo que os lotes, correspondentes a 1,5 milhão de litros, tenham sido recolhidos dos mercados, o Ministério da Agricultura divulgou suas referências para que os compradores que eventualmente tenham o produto em casa deixem de consumi-lo e devolvam as caixas ao fornecedor em troca de novas. Estão na lista o leite integral Italac, produzido pela
Goiasminas em Passo Fundo, lotes L05KM3, L13KM3, L18KM3, L22KM4 e L23KM1, e, da mesma marca, o leite semidesnatado lote L12KM1. Além deles, também o leite UHT integral, da marca Líder, beneficiado pela Bom Gosto em Tapejara, e o leite UHT integral marca Mumu Lote 3 ARC. Da LatVida constam na relação o leite UHT fabricado em 16 de fevereiro com validade até 16 de junho.
Goiasminas em Passo Fundo, lotes L05KM3, L13KM3, L18KM3, L22KM4 e L23KM1, e, da mesma marca, o leite semidesnatado lote L12KM1. Além deles, também o leite UHT integral, da marca Líder, beneficiado pela Bom Gosto em Tapejara, e o leite UHT integral marca Mumu Lote 3 ARC. Da LatVida constam na relação o leite UHT fabricado em 16 de fevereiro com validade até 16 de junho.
As empresas envolvidas comentaram o assunto em diferentes notas com argumentos semelhantes de que o problema foi pontual e resolvido com a retirada dos lotes suspeitos do mercado. O Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), afirmou, também em comunicado, que suas associadas foram prejudicadas pela adulteração feita pelos transportadores. "É dado tranqüilizador para a população o fato de que todos os lotes identificados com problema foram retirados do mercado e não se encontram mais à disposição do consumidor", destaca. "Os estoques disponíveis no varejo estão aptos ao consumo humano".
OH COME ON, MAN. Dado tranquilizador??
Eu ouvi uma entrevista no rádio, com o presidente de uma associação nacional de produtores e o cara foi bem claro: quando as transportadoras pegam o leite nos produtores, deve ser feito um teste para verificar a qualidade/composição do produto. Qualquer falha e quem paga a conta é o produtor. Quando o leite chega à indústria, esta deve fazer o teste. E a fiscalização do governo deve cuidar da indústria. Ou seja, não foi só a quadrilha que dominava o transporte que errou...
ReplyDeleteAqui nao ha falhas, e sim conluio. Pra começo de conversa quem faz a tal testagem e pseudo fiscalização para o governo na cooperativa/laticinio é funcionario da propria empresa.
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