Longe de ser o defensor dos frascos e comprimidos em minha opinião o selo vai matar ou deixar a vida de muita gente talentosa e criativa bem difícil. No Chile e Argentina (para ficar perto do Brasil) dezenas de grandes produtores (em qualidade) surgiram nos últimos anos, dando uma super revigorada na combalida indústria de vinhos da época.
Já pensaram que desgraça seria se somente houvesse grandes grupos corporativos para comprarmos os vinhos? Aqui no Brasil há pequenas jóias no RGS principalmente que produzem grandes espumantes e ótimos tintos (os últimos de tempos em tempos, nada muito freqüente).
Referente a importadoras nos últimos anos houve uma invasão enorme de importadores de todos os tipos. Essa brava gente (há uma meia dúzia de picaretas também, como sempre) foi responsável pelo surgimento de maior competição, comparação, vinhos diferentes, vinhos cult, e ate cervejas de origem e gostos até então desconhecidos. Melhores vinhos por menores preços foi o resultado da invasão, ou alguém acredita que os preços abaixariam somente porque o dollar perdeu valor?
Um grande retrocesso nos espera. O selo em nada garantirá a diminuição do contrabando ou da falsificação. Já se espera um aumento ainda maior do contrabando de vinhos do mercosul.
Da minha parte farei o seguinte: Enquanto durar esse selo jamais tomarei um vinho nacional de grande produtor, jamais venderei os mesmos produtos. Pequenos produtores e importadores, contem comigo e meus amigos para a ajuda. Como disse o John Lennon... and the rest of you just rock the jewlery.
Abaixo a noticia do Estadão....
Vinho terá selo fiscal obrigatório a partir de julho de 2011
Vinhos, espumantes e champanhes só poderão ser comercializados com o selo de controle da Receita Federal
19 de abril de 2010 | 16h 39
Adriana Fernandes, da - Agência Estado
BRASÍLIA - A Receita Federal exigirá que os vinhos nacionais e importados comercializados no Brasil passem a conter o selo de controle do Fisco. A partir do dia 1º de julho de 2011, os atacadistas e varejistas só poderão comercializar os vinhos com selo de controle. Se a fiscalização da Receita encontrar nos estabelecimentos comerciais os vinhos sem o selo, apreenderá a mercadoria.
Instrução Normativa da Receita Federal publicada nesta segunda-feira, 19, no Diário Oficial da União inclui os vinhos, os espumantes e os champanhes na lista de bebidas que só podem ser comercializadas com o selo de controle. O vinho era a única bebida classificada como "quente" que era comercializada no País sem o selo de controle. As bebidas classificadas como frias, como cervejas e refrigerantes, são submetidas a outro tipo de controle, com medidores de vazão instalados nas fábricas.
A Receita estabeleceu um cronograma de implantação do selo de controle para que os estoques de vinho sem o selo que estão no comércio sejam vendidos. Nesse período de transição, as empresas que produzem, engarrafam e importam vinho terão até 10 de junho deste ano para informar à Receita a previsão de consumo de selos de controle para 2010. Depois, as empresas terão de solicitar, até 31 de agosto deste ano, o registro especial para obtenção do selo de controle. A partir do dia 1º de novembro de 2010, os vinhos só poderão sair das vinícolas e engarrafadoras com o selo de controle. O mesmo vale para os vinhos importados.
Segundo o secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, o uso do selo de controle inibirá práticas ilegais de comércio, que aumentaram nos últimos anos com o crescimento desse mercado no País. Uma dessas práticas é a adulteração do vinho com a diluição do produto. A entrada de vinho ilegal no Brasil, principalmente de países de fronteira como Argentina e Uruguai, também é uma prática que tem aumentado, prejudicando a concorrência com o vinho nacional, já que o produto estrangeiro entra sem pagar o Imposto de Importação.
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