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N inguém dava nada pelo Toro Loco, que estava sendo comercializado discretamente pela rede de supermercados Aldi, na Inglaterra, por 3,59 libras (11,50 reais) a garrafa. Produzido pela vinícola Coviñas, situada na região de Utiel Requena, em Valência, era só mais um tempranillo barato espanhol para inglês ver. Tudo mudou em abril, quando a bebida ganhou medalha de prata na tradicional International Wine & Spirits Competition, competição que seleciona produtos oferecidos no varejo britânico e elege os vencedores em testes cegos. A safra 2011 do Toro Loco surpreendeu e derrubou concorrentes dez vezes mais caros.
Com a conquista, uma das maiores lojas virtuais de vinhos da América Latina (wine.com.br) decidiu dar uma tacada certeira e, com o aval de seu somellier, Manuel Luz, comprou toda a produção – 300 mil garrafas – do comerciante francês Benoit Calvet, representante da marca. O lote será vendido no mercado brasileiro com exclusividade pela Wine. Desde o mês passado, a empresa passou a oferecer o vinho em sua loja por 25 reais a garrafa – ou 21,25 reais para os sócios do Clube W. “O Toro Loco é um vinho de ocasião, com um nome forte, que usa tampa de rosca no lugar de rolha e tem, hoje, o melhor custo-benefício do mercado”, afirma Luz. “Só posso sugerir uma coisa: aproveite esta safra porque nada garante que a próxima será tão boa.”
Diversão para o paladar
Muito melhor do que o vinho alemão da garrafa azul
O Toro Loco é um vinho leve e com 12,5% de graduação alcoólica. O presidente da Associação Brasileira dos Somelliers, Arthur Azevedo, o descreve como um tempranillo frutado e sem muito tanino, que vai agradar o consumidor brasileiro. Azevedo diz, porém, que 25 reais não é tão barato assim. Segundo ele, a marca já era vendida pela rede varejista catarinense Angeloni por 13,50 reais no ano passado. “O preço da garrafa na vinícola é de cerca de 1,20 euro (3,1 reais)”, diz.
Matéria publicada na Revista ALFA de outubro de 2012.