Tuesday, September 25, 2012

Tunel Do Tempo: 30 Anos Atras

Me lembro algo daquela epoca. Ainda nao tinha nascido....
Oggi nao tem vinho nem cerveja nem cafe, nem azeite



O fim de um sonho: há 30 anos a Fittipaldi fazia seu último GP na Fórmula 1
Uma imagem desfocada: o triste fim em Las Vegas
Uma imagem desfocada: o triste fim em Las Vegas
Crédito da foto: Reprodução
Com exclusividade, TotalRace remonta últimos momentos da equipe que, inclusive, contou com um jovem Adrian Newey
Las Vegas, sábado, 24 de setembro de 1982. Ninguém naquele dia sabia, mas seria a última vez que a equipe Fittipaldi competiria na Fórmula 1. Era o fim de um sonho.
O 1min22s387 foi a melhor volta que Chico Serra, único piloto da Fittipaldi Automotive, virou com o F9 montado em pneus Pirelli. Com essa marca, o brasileiro foi o 30º e último no treino que definiu o grid de largada. Acima dos 107% e fora das 26 vagas de largada do grid, a Fittipaldi não se classificaria para o Grande Prêmio Caesars Palace, o último da temporada.
TotalRace buscou quem viveu de perto esses últimos fôlegos da única equipe brasileira na Fórmula 1.
"Tivemos que fechar a equipe. As dívidas estavam muito altas e vimos que não tínhamos condição de continuar de forma alguma, infelizmente, justo em um momento em que nós tínhamos construído o nosso melhor carro", disse o dono e chefe de equipe Wilsinho Fittipaldi. "Fizemos três corridas com o F9. O carro realmente não era ruim, apesar do motor sem bem limitado", completou o projetista e engenheiro Ricardo Divila.
O grande algoz da equipe Fittipaldi foi a falta de dinheiro. Sem um patrocinador master, com as atenções voltadas à Copa do Mundo de Futebol e a economia mundial vivendo a crise do petróleo, os Fittipaldi não conseguiram angariar fundos para continuar correndo. "Senti demais, tivemos um prejuízo pessoal muito grande, e esperava contar com mais apoio. Tentamos muito a Petrobras, mas não conseguimos nada. E me admirou muito ela estar patrocinando uma equipe inglesa anos depois. São coisas típicas brasileiras. O governo não viu o lado positivo, independente de ser um Fórmula 1, a quantidade de tecnologia que tínhamos armazenada virou um nada do dia para a noite. Depois, tentei patrocinador aqui no Brasil de tudo quanto é forma, mas tivemos que parar, infelizmente", falou Wilsinho.
"O problema foi que os últimos dois anos da Fittipaldi foi no gargalo, não tínhamos margem nenhuma. Com a Skol saindo fora, esperávamos um patrocinador grande árabe de petróleo, mas não deu em nada. E também tinha aquela briga FIA-FOCA, e não sabíamos para que lado ir... era um aperto monetário no mundo inteiro. Fizemos um pool de empresas nacionais, e das 30 empresas que entraram, somente umas 6 pagaram. Ou seja, estávamos andando com o dinheiro do bolso, do Wilson, do Emerson e um pouco do meu. Estávamos todos pendurados", explicou Divila.
Futuro promissor
Em 1982, a Fittipaldi, ainda com esperanças de continuar em 83, pensava em um carro para o próximo ano. O F10 seria, na expectativa dos envolvidos, aquele que tiraria a equipe do vermelho. Mas, com a crise apertando mais e mais, ele chegou somente ao estágio de modelo em escala de túnel de vento, nunca sendo produzido.
"Quando construímos o F10, já prevíamos o futuro, pois só consegue entender isso quem viveu na Fórmula 1. Você está construindo um carro hoje, mas alguém dentro da sua equipe já está pensando no carro daqui a duas temporadas. Se pensar só no carro que está andando, você fica para trás. Todas as melhorias, as informações técnicas, já estão sendo passadas para frente. Essa é a única forma de evoluir na categoria. Nós já tínhamos uma maquete de um carro para frente", revelou Wilsinho.
E quem ajudou muito a Fittipaldi no projeto do F10 foi Adrian Newey. Ainda um garoto recém-saído da faculdade, bateu à porta da equipe para oferecer seus trabalhos: "Ele se propôs a trabalhar com a gente, pois eu precisava de um assistente no túnel de vento. E o cara era formado em aerodinâmica e aeroespacial. Seu projeto de conclusão da faculdade foi um carro do Grupo C. Olhei aquelas papeladas que ele trouxe e o contratei na hora. Em aerodinâmica ele é realmente muito bom. Em estrutura, geometria de suspensão, tinha melhores, mas em aerodinâmica, era espetacular. Eu, que já tinha 10 anos de experiência em túnel, assim que ele chegou, já o deixei assumir tudo. O F10 tinha cara que seria bom. Pelo menos o que nós antecipamos de engenharia, vimos que seguiu naquela linha", disse Divila.
Como legado, a equipe Fittipaldi representou para Wilsinho o topo de suas ambições esportivas no automobilismo; para Divila, representou seu grande cartão de visitas em sua carreira, que continua ativa até hoje na Europa. "Para mim, a equipe Fittipaldi representou o máximo dos meus sonhos técnico-esportivos. Foi o máximo, o máximo...", disse Wilson. "A Fittipaldi me deu uma passagem na Fórmula 1. Depois de muito tempo consegui vagas em equipes grandes pelo que eu tinha feito lá. A equipe me deu a base para ficar trabalhando na Europa, e estou lá até hoje", falou Divila
Apesar da última corrida da equipe ter sido no fim de 82, o fechamento legal do time se deu somente em 83, quando todos viram que não dava mais para continuar. "Chegou uma hora em que vimos que era razoável parar por aí, pois não podíamos ficar pendurados em bancos. Fechamos no início de 1983, pois o time já tinha entrado em uma espiral que não tinha com sair mais. Fiquei muito triste, pois já trabalhava com eles muito antes da Fórmula 1, desde 1966. Foi o fim de uma época, um período interessante, divertido", finalizou Divila.
A Fittipaldi Automotive ficou ativa de 1975 até 1982 e conquistou 44 pontos nas 120 corridas que disputou. Seu melhor resultado na Fórmula 1 foi a segunda colocação obtida no GP do Brasil de 1978. De pilotos de renome, foi a equipe de Emerson Fittipaldi na categoria e uma das formadoras do futuro campeão mundial Keke Rosberg.

2 comments:

  1. Joao ratissimo ,
    Nao tinha nascido...ta de sacanagem.....rsrs
    Grande abraco
    Tortel

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    Replies
    1. Tortel, se voce parar para pensar, kct... que pena esse projeto dos fittipaldi nao deu certo. E no final dizem que pagaram todas as dividas. O Ratto ate acabou indo morar em apartamento em SP. Se nao fosse pela indy ele estaria meio fudido hoje.

      Qdo quiser eu mando aquela caixa com uns vinhos bons e com bons precos para voce (manda email)

      Abrazo.

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